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Táxis x Uber

De tanto ler e ouvir histórias assustadoras sobre as ações de taxistas contra os carros da Uber, lembrei-me de episódio semelhante, que vivi nos anos 1990. Desci em Guarulhos e tomei um táxi especial, até o flat em que Laurent Suaudeau tinha inaugurado seu restaurante em São Paulo (na Alameda Lorena, creio), onde eu participaria de um almoço no dia seguinte. Como marcara meu retorno para logo após o evento, aceitei que o mesmo motorista viesse levar-me ao aeroporto. Logo após a sobremesa, o carro já à minha espera, embarco sem entender por que meia dúzia de outros táxis – diferentes do que eu utilizava – nos seguiam, bloqueavam nossa passagem pelos lados e pela frente. Meu motorista demonstrava sangue-frio, tentava manobras quase impossíveis para escapar, subindo e descendo de calçadas, evitando ter seu confortável carro amassado pelos outros. Tudo lentamente, à luz do dia, pelas estreitas alamedas de Cerqueira Cesar, ao longo de vários quarteirões. Chegou um ponto em que, encurralados entre os outros carros e uma árvore, vimos alguns dos taxistas descerem e intimarem: “Você não pode levar passageiro daqui para o aeroporto, cai fora já!”. Em resumo: tive de embarcar em um dos táxis dos agressores para não perder o voo. E ainda ouvindo uma cantilena sobre táxis do aeroporto que tiravam passageiros dos demais etc.
Se naquela época a ousadia dessa categoria era tanta, nada a estranhar que, no Brasil de hoje, façam baderna, cometam arbitrariedades, agressões e ainda encontrem legisladores e governantes que os defendam.

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