Segredos da África em forma de licor

Quem sabe o leitor não degustou recentemente uma dose do  Amarula Cream? Normalmente ele integra a carta dos bons restaurantes,  em certos casos aparece com seus concorrentes em uma bandeja, trazida à mesa ao final da refeição. Pois é bem nesta época, auge do calor africano, que mais de 60 mil pessoas estão mobilizadas para a colheita da marula, que dá origem ao licor. É quando os frutos das maruleiras (foto), destacadas em meio à savana, atingem um tom amarelo claro, passam a emitir uma fragrância intensa, que flutua na brisa quente do verão e chega a quilômetros de distância.

Atraídos irresistivelmente por seu olfato, os animais tornam o nordeste da África do Sul uma festa até o final de março: manadas de elefantes viajam durante dias para empanturrar-se com a marula madurinha. Como são grandes e pesados, para eles é apenas alimento. Não para os pequenos animais: o calor provoca um processo de fermentação natural do fruto e, após se fartarem, algumas espécies, como os macacos, se deslocam como se estivessem levemente embriagados – e tecnicamente, estão.

Tem marula para todos, inclusive o homem. Ela é rica em vitamina C, suculenta, um tanto azeda e tem usos terapêuticos, como no combate à malária. Há 12 mil anos, asseguram estudos arqueológicos, ela já era consumida. Desde 1989, na forma do licor Amarula Cream (foto menor), comercializado em mais de 150 países de cinco continentes.