Páginas
Facebook
Categorias:
Saint Patrick, padroeiro de Porto Alegre

Saint Patrick, padroeiro de Porto Alegre

Começa que eu não sabia que São Patrício tinha tantos devotos em Porto Alegre, a ponto de a Prefeitura fechar várias ruas, construir exasperantes engarrafamentos de tráfego, impedir a livre circulação de moradores em seus veículos e tirar o sossego de quem vive nas vizinhanças.
Ou dá para ter sossego com o ruído de bandas, normalmente já barulhentas, ainda apoiadas em potentes amplificadores, cravadas em bucólicas pracinhas como a Maurício Cardoso, ou mesmo no meio da rua? Pior: motoristas, cansados de tanta lerdeza, descarregavam sua raiva tocando as buzinas – um concerto que, nas proximidades do shopping Moinhos, infernizou a quem mora num raio de três ou quatro quarteirões desde a tardinha até meia-noite de sexta-feira.
Em síntese, dois ou três bares, às vezes apenas um, tiveram o direito de ampliar seus espaços muito além da costumeira invasão das calçadas com mesas e cadeiras: ganharam as ruas de presente. Há quem ache bonito ver jovens, alguns muitíssimo jovens, espremendo-se em frente às caixas de cerveja colocadas à venda sobre o passeio. Não vi ninguém exibir identidade para comprar, nem extrair nota fiscal para vender, mas a prefeitura deve ter lucrado alguma coisa, não se desgastaria de graça perante os contribuintes que sofreram toda essa perturbação.
Um dia vou descobrir por que não fazem esses eventos onde eles se encaixariam perfeitamente: no sambódromo do Porto Seco, no Largo Glênio Peres, até mesmo no Parque Marinha. Não, aí não teria charme, tem que ser no Moinhos de Vento, um bairro pequeno, que possui quase a mesma estrutura e as mesmas ruas de 50 anos atrás, atulhadas por uma população flutuante de milhares de pessoas, de toda a região metropolitana.
Tudo para que meia dúzia de comerciantes aumentem seus lucros, outros muitos fiquem sem público e, aos moradores sitiados em suas casas, a esses sobrem desconforto, desassossego e altos impostos a pagar.
Ah, essa foto é do hambúrguer verde criado pela Mark, na nossa boêmia Cidade Baixa, que, a exemplo do Bier Market Vom Fass (no Moinhos), fez sua festa sem atrapalhar ninguém.
CHOPE VERDEMark 2

Deixe uma resposta para % s