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Passou e ninguém viu

Em minha época de universitário ainda vigorava o Dia do Pendura. Enquanto os advogados festejavam sua data, grupos de estudantes de direito se espalhavam por bares, restaurantes e boates que ousassem ficar abertos. Consumiam, entregavam uma espécie de diploma de agradecimento ao proprietário e saíam todos sem pagar a conta.

Havia quem destinasse uma parte das mesas para recepcionar essas turmas, sem permitir exageros. Estes ocorriam, na forma de whisky escocês, ou do que de mais caro houvesse, às vezes a Polícia era chamada, mas a tradição persistiu ao longo de anos.

Dia seguinte, todos queriam contar suas aventuras nas faculdades, às gargalhadas, enquanto os comerciantes calculavam seus prejuízos. Se eu também pendurava? Sim, apenas em um ou outro local em que era assíduo frequentador e com o beneplácito dos donos.

Pouco a pouco o costume foi-se esvaindo, tamanha a proliferação dos cursos de direito, o vulto dos prejuízos e a inconformidade das vítimas.

Até chegarmos a este ponto: dia 11 de agosto foi o Dia da Advocacia e ponto final.

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