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Enólogo Mario Geisse

Enólogo Mario Geisse

1. Por que elaborar seus espumantes em Pinto Bandeira?

Foi mesmo um desafio criar, em uma região onde não havia a mínima estrutura, tudo o que era necessário para cultivar viníferas e chegar a bons espumantes. O pior é que em 1978 não havia perspectivas de que isso viesse a melhorar com o passar dos anos. Deixei de lado as dificuldades, confiei em meu instinto e segui tentando obter ali a melhor uva possível, a ver se descobria o verdadeiro potencial que essa localidade poderia entregar. Hoje, quando estou revisando os vinhedos ou degustando nossos espumantes, estou convencido de que não poderia ter escolhido um lugar melhor do que Pinto Bandeira – e todas as incríveis imagens daquela época me vêm à mente, repletas de satisfação e profunda alegria.

2. Em relação aos demais países produtores, em que patamar se situam os espumantes brasileiros?

Os espumantes brasileiros têm características muito interessantes e marcam principalmente por seu frescor, porque são redondos e fáceis de serem bebidos. É isso que os torna diferentes, superiores aos de todas as demais regiões que produzem espumantes – elas precisam colher as uvas antes de atingir sua maturação perfeita, porque se não o fizerem teriam pouca acidez e muito açúcar para elaborar espumantes. Claro que se nos compararmos com a região de Champagne, sentiremos muito a falta de uma legislação rigorosa, que nos proporcione maior identidade e permita preservarmos a qualidade através dos tempos. Isso não se poderia limitar simplesmente à parte industrial, mas principalmente aos vinhedos e suas limitações: espumantes não se elaboram com demanda e sim com uvas – de preferência as corretas e com qualidade.

3. Os espumantes do Brasil deveriam ter um nome próprio ou é melhor serem mesmo chamados por espumantes?

Um nome próprio, apoiado por uma legislação que o proteja e esclareça o consumidor pode ser muito interessante. Mas se for um nome que possa ser utilizado por qualquer um, com objetivos meramente mercantilistas, acredito que é melhor continuar como está.

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