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Ufa, o Inter pegou no tranco

É só não tomar gol na Arena
Incriticável a estratégia do Grêmio: cede espaço em um Brasileirão no qual tem parcas chances de título, sem nunca perder de vista a segurança do G-6, enquanto se esmera nas competições em que os títulos lhe acenam, sorridentes, contanto que o desempenho do time se mantenha no nível que já alcançou neste ano. Dos que restaram na Copa do Brasil, o Cruzeiro me parece o adversário mais difícil. Pelo time que tem e por Mano Menezes, que sabe muito de futebol e do seu adversário de amanhã. Caberá à muralha defensiva garantir o zero no placar – o ataque resolve o resto.

Poderão dizer: que ataque é esse que transfere aos zagueiros a tarefa de marcar gols? Não importa a ingenuidade da defesa do Londrina, valeram os três pontos, na presença de 36 mil, colorados. Sábado será contra o ABC, no Frasqueirão, onde o clima é sempre quente – com os donos da casa na vice-lanterna, pior ainda. Nada a ponto de perturbar o favoritismo de um Inter que encontrou seu caminho – a poder de cabeceios de zagueiros, ou da impetuosidade do Búfalo Pottker, ou do toque de classe de D’Ale, ou do que for preciso para chegar às redes. Série A à vista!
Dinheiro, sempre dinheiro…
À exceção da dupla Grenal, os clubes do Rio Grande sofrem o ano inteiro para manter salários em dia e um time em campo. Tarefa inglória. Veja-se o Brasil de Pelotas: aventurou-se a aumentar seu estádio para atender às exigências da série B, as rendas têm sido ridículas – a mais recente, R$ 24 mil contra o Guarani – e o clube luta para segurar-se entre os 11 primeiros. Tratando-se do Xavante, que dizem ter a mais fanática das torcidas interioranas, o que sobra para os demais?
Os desmandos na Chape
Quando, ao lado da comoção generalizada pela tragédia e da vontade de ajudar, vinda de clubes de todo o mundo, aventou-se a hipótese de a Chapecoense não cair da série A em 2017, fui contra. Tudo, menos isso, defendi aqui na coluna. Pois com tudo o que se fez, parece que a direção do clube se deslumbrou. Vagner Mancini, que conquistou o bicampeonato estadual e classificou o time na Libertadores – a eliminação se deu pela escalação irregular de um jogador – foi demitido após um heroico empate (3 a 3) com o Flu, no Rio, Hoje com o time na Z-4, vão achar o culpado?
Faltou tranquilidade, que nada!
O cara perde um gol feito e, após o jogo, declara que na hora de concluir lhe faltou tranquilidade. Não aguento mais ouvir tão repetitiva e insuficiente explicação para o que eu chamaria de incompetência ou – concedo – falta de frieza ou, como diria a torcida, de recurso. Tudo menos tranquilidade, palavra que não tem faltado – pelo menos quando falam os jogadores. O que falta mesmo é categoria, talento, à frente de 7m32cm de goleira. Claro, treinamento também ajuda, mas aí falta tempo, sobra calendário, há risco de lesão… Sei, sei.

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