Treino e festa na Arena do Grêmio
O Barcelona, na Arena, permitirá que se constate como chegou tão longe na Libertadores? Um mistério explicável: ninguém o respeitava e ele foi chegando, simplesmente isso. Na fase de grupos ganhou do Botafogo no Engenhão, depois cuidou de eliminar Palmeiras, Santos e chegou ao Grêmio. Renato teve sabedoria para enfrentar esse especialista
em derrotar brasileiros. Amanhã, só não pode faltar cautela.
Vitória assim não cai do céu
Em Guayaquil, deu tudo certo para o Grêmio: a defesa do Barcelona entregou a bola a Luan, este chutou e encontrou mais ajuda no zagueiro que desviou para a rede. Depois, o milagre de Grohe e o estranho segundo gol, que resolveram o jogo. A defesa foi quase perfeita, o time altamente combativo em todos os setores, o ataque mortífero – com tanta ajuda do adversário, então… Tudo isso para enfatizar que, na final contra um argentino, a história será outra – e que é preferível enfrentar o grande River ao pequeno Lanús.
Futevôlei, adeus
Se o Grêmio chega à final da Libertadores o mérito é de todos. Mas Luan foi um fenômeno contra os equatorianos, acertou o time que, inteirinho, jogou bem. Outros destaques? Claro: Grohe, Geromel e Arthur –nenhum maior do que Renato, que comandou tudo isso. Um técnico que se afirma como uma completa e benfazeja surpresa. Sempre o considerei um motivador de gremistas – hoje puxo briga com quem não o reconhecer como um técnico de primeiro escalão.
Grohe: opinião de especialista
Adoro quando sou desafiado por algum leitor a emitir opinião sobre um lance – desta vez, a defesa de Marcelo Grohe contra o Barcelona. Sim, foi espetacular e prodigiosa, mas também lotérica. Nem Deus saberia com exatidão aonde iria aquela bola, que se chocou contra a mão do goleiro. O que Grohe fez foi lançar-se de forma a proteger o maior espaço possível dos quase 18 m2 de goleira, como eu ou qualquer mestre da posição faria. O prodígio constituiu-se em defender um chute forte que, em tese, daquela distância seria indefensável.
Ruindade absoluta
Até uma criança de oito anos sabe: ao montar uma barreira para cobrança de falta em frente à área, tem-se que posicionar os jogadores a partir da trave, acrescentar mais um para garantir que uma bola em curva não entre, e ficar de olho no chute. O goleiro do Barcelona deve ter idade mental inferior àquela: colocou a muralha no meio, Edilson nem precisou bater com toda a força – havia um corredor aberto até a rede.
Derrota indiscutível
Contestar o quê? Nada. Reclamar? Sim, do fraco desempenho do Inter, que depois de 32 rodadas na série B já era para ter pegado o jeitinho de enfrentar times medianos, embora espertos, como foi o Ceará. Jogam por um golzinho e se garantem lá atrás, contra um Inter que – acredite! – parece tão dependente de Damião quanto é de D’Alessandro. Venho exclamando há semanas: o clube já está na série A, mas ano que vem a exigência será bem outra.