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O voraz mercado americano de vinhos

O voraz mercado americano de vinhos

Faz tempo, mas quem passou dos 40 anos deve se lembrar daquelasgarrafas azuis, contendo vinhos adocicados, que tanto sucesso fizeram emgrandes capitais brasileiras, especialmente ao longo das décadas de 1980 e 1990. O tema mereceu crônicas nesta seção, com registros e fotos doproduto, hoje definitivamente sacado das linhas de grandes vinícolasbrasileiras. Quem quiser  ler os textos, basta acionar a caixa de pesquisa, àdireita no alto da página inicial deste site, inserindo ali a palavra garrafa azul.

Pois em duas ensolaradas e calorentas semanas que acabo de cumprir entre West Palm Beach e Naples,lindas praias no leste e no oeste da Flórida, reencontrei em supermercados da rede Publix aquelas velhasconhecidas, como mote de lançamento e sustentação de uma ampla linha de Riesling, voltada especialmente aomercado americano. Senti-me na obrigação de fotografar as famosas azuis em nova fase e o resultado está logoacima (à direita na foto).

Vamos combinar que bons brancos alemães em garrafas comuns. Mas se o marketing da garrafa azulvingou no Brasil mais de 20 anos, parece que agora ocorre tentativa semelhante nos Estados Unidos. A SchmittSohne é uma grande importadora de vinhos do Mosel, que os distribui em vários estados americanos. As garrafasazuis são sua marca registrada – nada menos do que quatro rótulos de Riesling alemão são nelas comercializados.Tem Qualitatiswein, Kabinett, Spatlese e Auslese, ao custo médio de US$ 9,99 cada.

Esse mesmo preço é atribuído ao Marcus James, mas não se trata do conhecido vinho da Aurora. A vinícolabrasileira deixou de fornecer o produto aos americanos 15 anos e mantém os direitos da marca no Brasil – no Exterior eles pertencem à Constellation, empresa que encomenda esse Cabernet Sauvignon (ao centro da foto) aprodutores argentinos.

Bem à esquerda da foto, o mais baratinho desses vinhos: o Merlot Frontera, produzido pela Concha y Toro,está nas gôndolas dos supermercados americanos por modestos US$ 12,00 – quem pagar essa quantia, equivalentea menos de R$ 20,00, leva duas garrafas, um litro e meio de vinho chileno.

Não provei nenhum desses vinhos (precisava?), mas eles servem de amostra da peculiaridade do mercadoamericano, onde os preços de bons californianos superam o de famosos rótulos europeus e onde o grau deexigência do consumidor médio não difere muito do que se no Brasil. Com uma diferença: , eles aprenderam avalorizar bons vinhos nacionais. Aqui, vamos tentando.

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