O Nordeste anda por aqui
Certamente não sou o único gaúcho apreciador de frutos do mar e saudoso do potencial que as capitais do Nordeste têm para oferecê-los. Não, há muita gente nesse barco. A esses, a chegada do Coco Bambu a Porto Alegre é uma grande notícia. Aliás, imensa: chega ser exaustivo ler o menu, preenchido por aproximadamente 60 entradas e uns 200 pratos principais, com espaço também a sugestões para crianças e opções focadas nos carnívoros irremediáveis, da carne de sol ao filé à parmegiana.
Não apenas o menu impressiona: o restaurante, incrustado na nova ala do Iguatemi, tem acessos por dois pisos, formando um amplo e imponente conjunto. Preferimos o mezanino, separado do plano inferior por larga escadaria; em ambos, dezenas de mesas e largas áreas envidraçadas, permitindo vista para a Avenida Nilo Peçanha, os arredores e seu incessante movimento de veículos.
Seria impossível reproduzir aqui a coleção de pescados disponível. Fiquei excepcionalmente atraído pelas propostas de peixes assados inteiros, atração desfeita quando o garçom avisou que, compreensivelmente, tardariam 50 minutos para serem executadas, e nosso almoço não poderia ser assim tão sossegado. Uma lástima foi não poder degustar alguma opção de serigado – para nós, corresponde a badejo –, em falta porque a época é de defeso, sua pesca fica proibida.
Mesmo assim, fizemos felizes escolhas: uma porção de impecáveis lulas à doré (R$ 39,00); uma irresistível casquinha de caranguejo com farofa da Bahia e molho de coco (foto, R$ 35,00); uma travessa com clássico filé de pescada amarela à belle meunière, com manteiga, alcaparras, cogumelos, 12 camarões, arroz com brócolis e legumes (R$ 144,00). Os principais vêm em porções simples, duplas – caso do nosso peixe, na foto 2 e no detalhe – ou triplas, estas logicamente têm preços mais interessantes. A cozinha é competente, embora um teste verdadeiro requeira casa lotada, o que não era o caso daquele almoço de sexta-feira.
Nossa conta, com duas minerais e uma garrafa de vinho da casa – um bom corte de viníferas do Alentejo, com Antão Vaz, Arinto e Alvarinho (R$ 75,00) – ficou em R$ 303,00, mais os merecidos 10% sugeridos na nota.
Inevitável voltar ao Coco Bambu, desbravar aquele vasto menu é algo desafiador para glutões como o colunista. A rede, que começou no Ceará, tem 25 restaurantes no Brasil e apresta-se a abrir uma filial em Miami Beach, que nas férias de julho haverei de conhecer.
Coco Bambu
Shopping Iguatemi, na nova ala de restaurantes, tel. (51) 3016-7671
Diariamente, das 11h30min às 15h e das18h à 0h
Estacionamento (pago) na área do shopping.