Investidores no futebol: solução mágica ou ilusão?
Afora um ou outro apaixonado pelo clube, normalmente aos investidores interessa o lucro, nada mais. Acontece assim: o dirigente quer reforçar seu grupo, não tem como pagar e aceita parceria com empresários – que muitas vezes já são detentores dos direitos do jogador cobiçado e o registram em nome de uma Penapolense qualquer. Aí o clube grande compra um percentual, serve de vitrine, banca salários, atendimento médico e assume todos os riscos que cercam a carreira do atleta. Se ele dá certo, o investidor força sua venda e somente nessa hora a vitrine se dá conta de como sua fatia é irrisória: recebe um trocado e o jogador se vai.
Por exemplo
Dois casos de atletas formados na base do Corinthians, que retratam bem o tema abordado acima. Matheus Pereira (17 anos), que até ontem estava em Porto Alegre com o time sub-20, tem 95% de seus direitos presos a Fernando Garcia (sócio da Kalunga e conselheiro do Timão), que há dois anos emprestou R$ 1,5 milhão ao clube. Malcom (18 anos), titular do time principal, também é de Garcia, que tem 70% de seus direitos. Se no maior clube brasileiro é assim, o que sobra para os demais?