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Histórias sobre a história do vinho na Serra Gaúcha

Histórias sobre a história do vinho na Serra Gaúcha

Foram dois encontros, o primeiro ocasional, como integrantes de um júri na Fenavinho em que nos cabia degustar e indicar o melhor – degustamos, indicamos, mas a prosa foi constante e enriquecedora a ponto de o colunista sugerir que brevemente se repetisse. Em poucas semanas, convidado à mesa do café da manhã em seu aprazível e repousante Hotel Villa Michelon, encravado na beleza do Vale dos Vinhedos, retomamos a conversa. Passava de meio-dia quando a febril atividade dos garçons despertou minha atenção para o horário e os compromissos que me aguardavam em Porto Alegre.

Esses cativantes relatos poderiam ter sido sobre outras indústrias da região – ele criou e por 41 anos dirigiu a poderosa Massas e Biscoitos Isabela –, ou a do turismo, centro de sua atual atividade. Mas não: o tema eram histórias sobre o vinho na Serra Gaúcha, com todos os desdobramentos que a vivência empreendedora de meu interlocutor permite apreender. Quem conhece, obviamente já o identificou pela foto: Moysés Michelon, condutor deste nostálgico colunista pelos caminhos de agradáveis lembranças que me devolveram à infância, à adolescência e aos primeiros contatos com o vinho.

Cronologicamente, iniciamos pelo Santa Úrsula, rótulo que recordo, à mesa da família, degustado por meu pai à razão de um ou dois cálices em almoços dominicais. Ainda guardo um cálice daquela época e, como não cheguei a crescer o suficiente para experimentar o vinho, restou a curiosidade – quem fazia, quanto durou. A resposta: era produzido pela Companhia Mônaco, um corte de Merlot, Cabernet e – custei a acreditar – Tannat, esta uma vinífera quase desconhecida naquele tempo.

Em 1970 decola a Vinícola Riograndense, com seus varietais que o saudoso Candido Norberto não cansava de recomendar no programa Sala de Redação, que ainda engatinhava na Rádio Gaúcha. Cabernet, Merlot, Riesling e até um dulcíssimo – jamais provei, mas me contaram – Malvasia de Candia – eram as estrelas da vinícola. Depois de passar pelas mãos da Cordelier, a marca foi adquirida pela Vinícola Garibaldi, em janeiro de 2011.

O bate-papo prosseguiu, as histórias do período entre 1980 e 2000 ainda serão contadas nesta página. Ela não será publicada dia 22, mas voltará na edição de 29 de junho, quando o colunista estará retornando de duas breves semanas no calor da Flórida. Até mais!

moyses_michjelon

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