Em São Paulo: bolinhos de bacalhau e muito mais
negócios, foi grande o estrago dos mais recentes governos: prédios inteiros desocupados, implorando por locatários ou investidores e, claro, no sensível setor de restaurantes, ocorre uma parcial migração dos clientes antes endinheirados, trocando chefs famosos e endereços sofisticados por bufês acessíveis ou opções oferecidas em shoppings.
Seguimos o fluxo, até porque com um filho de oito anos a bordo, a caravana estaciona quando ele tem fome, almoça ou janta nos lugares que o entusiasmam. Mesmo assim, jamais comemos mal. Não me rebelo contra as democráticas praças de alimentação nem me constranjo, se necessário, por pegar bandeja, prato e acessórios, encarar fila, procurar mesa em meio à multidão. É do jogo, e às vezes a baixa expectativa acaba superada.
No Shopping Pátio Paulista, por exemplo, um bufê de comida brasileira – de uma rede chamada Axé – nos proporcionou acarajé, vatapá, moqueca de siri e cuscuz paulista, entre uma profusão de travessas. Um prato razoavelmente preenchido (foto acima) não totaliza R$ 30,00.
Le Pain Quotidien tem uma dúzia de endereços na cidade e irresistível coleção de pães orgânicos e integrais. Para levar – sim, trouxemos um quilo de blé au levin no avião, custou R$ 30,20 – ele está na aí foto –, mas não só isso: há mesas, atendentes gentis e possibilidades no cardápio, desde o café da manhã com bolos, queijos, frios e muffins, brunch, sopa de cebolas, quiches e uma dezena de tentadoras tartines para qualquer hora.
Restaurantes de rede também são úteis, e quem gosta do Coco Bambu daqui não sentirá diferença em relação ao de lá – no caso, a filial Tatuapé. A cozinha segue o padrão, em ambos senti a ausência do precioso serigado, peixe que ornamenta os cardápios, mas continua em falta há meses. Sem problemas: optamos por uma deliciosa cumbuca de caranguejo (R$ 58,00), depois filé de pescada amarela com camarões e os acompanhamentos da foto acima (R$ 168,00), tudo para duas pessoas. Mais um bom prato kids (R$ 36,00), água de coco, mineral e gorjeta, a conta ficou em justos R$ 323,29.
Na mesma Rua Azevedo Soares (número 499), uns dez quarteirões acima, encontramos a Casa Bolinho de Bacalhau. Simples, pequena, é uma consagrada especialista, ideal para finais de tarde, como pudemos constatar. Na foto maior, bolinhos de bacalhau de 140 gramas (R$ 9,90 cada), de fritura e sabor impecáveis – comi três na hora e levei mais um para o hotel, pensando no lanche da meia-noite. Casquinhas de caranguejo ou de camarão, excelentes, R$ 19,80. Atenção: só aceita cartões de débito ou dinheiro!