Do Lulu Térmico aos food trucks
Novidades? Algumas: agora os menus são mais elaborados, os donos preparam a comida, intitulam-se chefs e fizeram algum curso de gastronomia antes de se aventurarem. Tem muitos que nem se pode relacionar a aventura, mas a desemprego ou a mesas vazias em seus restaurantes. Outra noite, jantando com o Flavio del Mese, fui desafiado a adivinhar onde eles (a esposa viajou junto) comiam frequentemente em Honolulu, gastando pouco: “Food trucks!”, exultou ele, após alguns palpites fracassados de minha parte.
Bem, neste século ainda não fui ao Havaí, mas tem sentido: assim como circulam abastados turistas pelas ilhas (acho Maui a mais bonita delas), há também uma multidão de surfistas com dinheiro contadinho, para os quais food truck é um banquete. Ou caras como o Del Mese, que já revirou o mundo várias vezes, tem pouca paciência com cerimoniais e rapapés de restaurantes caros e não quer gastar tempo almoçando.
Bem, desses bistrôs ambulantes minha mais antiga lembrança é daquele pequeno trailer que o Zé Mauro tinha, na esquina da Independência com a João Telles, justo em frente ao Butikin: o Lulu Térmico. O pessoal saía da boate, onde passava a noite dançando, ou na melhor fase, assistindo a astros da música, em shows exclusivos (Roberto Carlos, Vinicius, Betânia e Benjor cantaram no porão de Rui Sommer) e ia mordiscar um cachorro-quente, do outro lado da avenida.
A partir daí foram aparecendo trailers mais bem equipados – na verdade uma chapa quente e o respectivo chapista, uma geladeira, água corrente e o caixa – e com eles popularizaram-se os hambúrgueres, como o Joe’s bem sabia fazer. Surgiram dezenas de opções, com queijo, ovo, bacon, estrogonofe (Sobaka, na frente do Clínicas), os churrasquinhos da Avenida Ipiranga, perto do planetário. Neste, me contou o Renato Pereira, o Xicão tentou uma permuta com os atendentes, mas não saiu negócio.
Semana que vou postar a parte final deste texto, comentando sobre os food trucks – e food bikes, como essa de A Paulistana, especialista em sobremesas. Já o hambúrguer da outra foto é da Quitinete da Rua, com a exclusiva maionese de bacon criada por seus donos Duda Ferreira e Renato Consollaro. A receita da maionese está publicada a seguir.
Maionese de Bacon
Duda Ferreira e Renato Consollaro – Quitinete na Rua
Ingredientes
300 g gordura de bacon (320 ml)
80 g gema (5-6 gemas)
25 g vinagre vinho branco (4 colheres de sopa)
65 g bacon crocante (½ xícara)
20 g mostarda dijon (1½ colher de sopa)
¼ dente de alho
Sal e pimenta do reino
Modo de Preparo
Cortar bacon em cubos e dourar bem na frigideira.
Coar a gordura liberada pelo bacon e reservar. Picar bem os cubos de bacon dourados.
Juntar a gema de ovo, o vinagre, mostarda e alho em um liquidificador ou mixer.
Bater até misturar todos os ingredientes e aos poucos acrescentar a gordura do bacon reservada.
Temperar com sal e pimenta do reino a gosto e acrescentar o bacon dourado.
Como essa receita leva apenas gordura de bacon, ela solidifica quando gelada. É necessário que deixe a uma temperatura ambiente por 5 a 10 minutos antes de servi-la para que a maionese fique cremosa.