Craques de antigamente
Sempre tivemos muito craques. Mas seria apenas na avaliação amiga dos radialistas esportivos ou era mesmo realidade? Há tempos assisti atentamente a todos os DVDs oficiais das Copas desde 1930. A de 1970, vencida pelo Brasil no México, foi a primeira a vender ao vivo suas emoções pela tevê, inclusive para mim. A partir dela, ano a ano, novas janelas se foram abrindo para o futebol mundo afora, permitindo avaliar o quanto Pelé era incomparável, como eram preciso os desarmes de Clodoaldo, os passes de 50 metros de Gerson, os chutes de Rivelino etc.
O atual nível de exigência
Hoje, o que mais ouço é que os craques desapareceram. Discordo: nosso padrão de exigência é que aumentou desmedidamente, porque a tevê nos traz desde algum bom time ucraniano até um Bayern de Munique, ou Barcelona, ou Real Madrid, tudo a um simples comando de seu controle remoto. A bola e cada centímetro do campo são disputados vorazmente, o raciocínio mágico de um Pelé, antevendo a jogada, é exigência normal dos bons meio-campistas, raramente se pode desferir um chute limpo, sem dois adversários bloqueando e uma multidão até a linha de gol. E mesmo assim, existem as genialidades de Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar e outros.