Copa do Brasil: promessa de dois grandes jogos
O Cruzeiro todo mundo temia, pelo que vem demonstrando no Brasileiro, campeonato em que o Atlético acordou há pouco. Mas na Copa do Brasil, as grandes emoções têm sido oferecidas pelo Galo. Nos 4 a 1 sobre o Corinthians ainda usufruiu de vantagens incidentais em dois gols – parecia um milagre, não uma vitória convincente. Já contra o Flamengo tudo aconteceu naturalmente, quatro gols bem trabalhados, resultado de uma constante superioridade. Difícil acertar quem ganha hoje (22h), mas se tivesse de escolher, a aposta seria no Atlético.
Nada está definido
A goleada não transforma o Grêmio em um timaço nem o Inter em um bando de pernas de pau. Embora justa, incontestável e inesquecível, a vitória entra no rol dos acidentes do futebol – que, aliás, podem continuar acontecendo nesse Brasileirão, inclusive com a dupla gaúcha. Um detalhe detectado por esta coluna, que se confirmou em campo: o papel decisivo de artilheiros e goleiros. Barcos não marcou, mas apareceu bem em lances importantes, enquanto Nilmar soçobrava com sua equipe; Grohe foi perfeito, mas Alisson hesitou no terceiro e decisivo gol – não saiu nem ficou quando Zé Roberto cruzou e Ruiz, lá do outro lado, empurrou para a rede. Penso que ali se definiu o vencedor.
Injeção na veia
Dizer que no Grenal se confirmou o nó tático aqui aventado há uma semana, seria demais: Felipão fez por merecer seu presente de aniversário, mas Abel colaborou menos do que seus jogadores para a goleada. A defesa voltou a ser a peneira de antes (já soma 37 gols, a do Grêmio, 19), D’Alessandro não jogou, só complicou, Nilmar segue devendo e Aránguiz esteve muito abaixo do que joga. Agora é o seguinte: o Grêmio, estimulado pelos 4 a 1, tem sua melhor chance de sonhar com Libertadores. O Inter, ou aproveita o envolvimento do São Paulo na Sul-Americana e se recupera ainda hoje, ou afunda de vez.
Gaúchos complexados
Ao longo da semana ouvi manifestações de inferioridade dos gaúchos, frente ao atual poderio do futebol de Minas. Claro que todos nós gostaríamos de ver Grêmio ou Inter na liderança do Brasileirão e ambos disputando, entre si, o título da Copa do Brasil. Também são invejáveis os CTs do Galo e da Raposa, os elencos atuais de ambos. Mas será que eles também não invejam os quadros sociais da dupla – e as respectivas receitas –, não admiram Arena e Beira-Rio? Não custa lembrar que o Cruzeiro manda seus jogos no Mineirão e o Atlético no Independência, que pertence ao América. Dentro de campo, bem, aí a superioridade mineira tem sido evidente.
Seleção
Turquia hoje (16h30min), Áustria no dia 18, dois joguinhos simpáticos para a seleção de Dunga manter em alta seu retrospecto. Por força de contusões e por respeito aos clubes brasileiros, envolvidos em decisões e submetidos a massacrante calendário, o técnico vem alternando nomes nas convocações – consta terem sido 42 até agora. Como resultado, Dunga acaba revelando jogadores, até então escondidos do grande público em clubes de menor expressão.
Pitacos
Neste momento não existe G-4, mas G-5. E será assim até o final do Brasileirão, desde que o Atlético-MG permaneça no seleto grupo – ele ou o Cruzeiro entrariam pelo título da Copa do Brasil. ***Aranha, que foi protagonista na Arena do Grêmio e que, há uma semana, entregou uma vitória ao Inter, redimiu-se domingo: salvou o Santos de levar uma goleada contra o Corinthians. *** O narrador gaúcho Jader Rocha, durante o Grenal, fez o que a maioria de seus colegas não sabe fazer: quando tem gol em outro jogo, informa na hora. Nada de ficar amarrando, desrespeitando o telespectador.