Branco ou tinto?
Na minha lembrança, esse foi o título da primeira coluna Adega no Jonal do Comércio. Depois ela virou página e atualmente integra as seções de Gastronomia no caderno Viver. No século passado havia uma regra – carnes com tintos, pescados com brancos – que já me encarregava de contrariar. Primeiro porque, exemplificando, bacalhau é pescado e se recomendaria comer com vinho tinto. E determinadas carnes – desde que não venham com molhos encorpados – fecham perfeitamente com brancos, casos do lombo de porco, de vitela ou peito de frango.
A lista de harmonizações iria longe, dependeria da forma de elaboração do ingrediente principal, das guarnições, do potencial dos temperos, enfim… Hoje se sugerem combinações antes impensáveis, tais como vinhos e chocolates. Pequenos detalhes alteram diametralmente o rótulo indicado. Tudo certo, porém…
Faz tempo que este mero apreciador aceita recomendações dos entendidos. Mas o melhor de todos os critérios, pelo menos para os iniciantes, será sempre seguir o seu paladar, a sua preferência pessoal. Fundamental é saber que vinho moderadamente consumido é saudável, que por mais que insistam, a cada consumidor corresponderá uma harmonização diferente, sem problema algum.
E na dúvida, aí sim vale uma regra antiga, que entendo irremovível: espumantes ainda são o que de melhor conseguimos elaborar no Sul – e eles merecem lugar em seu cálice, do início ao fim de qualquer refeição.