A colheita de agosto
Os enólogos conhecem, mas para quem, como o colunista, é mero apreciador de vinhos, certamente a colheita de inverno é algo surpreendente. A técnica é chamada de dupla poda: começa pelas folhas do caule, determinando a quantidade e os pontos em que surgirão os gomos e depois crescerão os frutos.
A primeira poda costuma ocorrer em agosto, ficando a colheita para o verão, como se costuma fazer aqui no Rio Grande; já a segunda acontece em janeiro, fazendo com que o florescimento ocorra em maio e as uvas sejam colhidas no inverno.
O tema foi trazido a esta página pela Vinícola Góes, de São Roque (SP), município onde em fevereiro as chuvas são intensas ao anoitecer, com graves prejuízos à qualidade. No inverno, dias ensolarados e secos, noites frias e quase sem chuvas formam o clima perfeito para as viníferas.
A propósito, as Cabernet Franc, Sauvignon e Sauvignon Blanc e a Malbec (foto) alcançam ótimos índices de produção na Góes. E neste inverno, a expectativa é de colher excelentes uvas Touriga Nacional, Verdelho, Tinta Roriz, Tannat, Teroldego, Barbera D’Asti, Petit Verdot e Alvarinho, estas duas últimas, elaboradas com safras anteriores e prontas para chegarem ao mercado.
Sem dívida, formarão um portfólio de respeito – graças à poda invertida.