Almoços do século 20
Eram outros tempos, bons tempos… Com escritório no Centro Histórico, a gente conseguia almoçar com calma no Capitão Rodrigo, como se chamava o grill do Plaza São Rafael, em hotéis como o Plazinha, o City – que durante a Expointer lotava apenas com o pessoal da Fronteira Oeste –, em restaurantes como o Hereford, o Devon e La Churrasquita, todos na mesma Rua Riachuelo e alguns outros que a memória não ajuda a lembrar.
Bufês? Lembro-me de um especialista – e talvez o único na cidade que servia sistematicamente dessa forma, almoço e jantar: Angra dos Reis, na Av. Cristóvão Colombo, próximo à Rua Félix da Cunha. Deve ter sido o precursor de tantos que atualmente existem.
Hoje, depois de quase quatro décadas no Moinhos de Vento, vou ao Centro uma vez por ano, se tanto. Serviço a la carte em restaurantes top há somente à noite, e mesmo que a cidade atualmente seja povoada por hamburguerias, pizzarias, cervejarias e que tais, ainda há churrascarias, galeterias e pouca coisa além disso. Para almoçar com rapidez, o jeito é encarar os bufês. Não que seja impossível comer bem dessa forma: a variedade costuma ser tamanha, que dificilmente alguém deixará de encontrar algo para preencher o prato.
Mas é diferente, sim. Nem sempre é agradável escolher em uma travessa remexida uma dezena de vezes, isso quando o pessoal da reposição não tarda, justamente quando nada sobrou de uma ou outra opção que seria de seu gosto. Afora que, em determinados horários, formam-se filas, serpenteando pelos espaços do restaurante, coisa que detesto enfrentar.
Claro, almoçar a la carte, com pressa, em um ambiente como o da imagem abaixo seria um certo exagero – trata-se do vetusto Geroge III, de Gramado –, mas luxo também cativa, certo?
Continuo escrevendo sobre almoços na semana que vem, já mudando de século.