Esqueçam o bairrismo
Os gaúchos são diferentes dos brasileiros de outros estados. E certamente, somos muito mais bairristas, somos sim. Talvez por estarmos aqui no extremo sul, encravados no pampa, por acreditarmos na letra de nosso ufanista hino, sei lá. Há colegas que temem ser tachados de gremistas ou de colorados, se acham na obrigação de elogiar, se enchem de cautelas na hora de criticar. Pior é falar bem de um clube ou um atleta de fora, aí custa muito. A quem joga aqui, duas ou três boas partidas bastam para exigirem: fulano na seleção!
Não pode ser assim
De pouco adianta cravar os olhos em jogos da Libertadores, do Gauchão, achar que somos o máximo e esquecer dos 18 times que a dupla irá enfrentar no Brasileiro. Os quatro grandes de São Paulo se equivalem – um ou outro até superam Grêmio ou Inter, time por time, elenco por elenco. O Santos que implodiu o Tricolor na Arena, sequer chegou às finais do Paulistão, assim como o poderoso Palmeiras. O São Paulo tem forte elenco, recém estreou Pato e Tchê Tchê, falta Vitor Bueno. E o tricampeão Corinthians tem 38 bons jogadores, 13 contratados neste ano.
Os favoritos do Brasileirão
Costumo reconhecer oito ou nove clubes entre os possíveis favoritos ao título, normalmente incluo um da dupla Grenal, algumas vezes os dois – como neste 2019, em que são potenciais candidatos, apesar das más estreias. Além deles, o G-4 promete ser disputado por Athletico, Cruzeiro, Flamengo, pelos quatro paulistas – aposto até que o time do Corinthians vai encaixar ao longo do campeonato. E o que vier fora disso, será zebra.
Hellmann errou?
Não estou entre seus críticos contumazes, menos ainda entre os precipitados defensores da demissão de Odair Hellmann. Ele é líder de seu grupo na Libertadores, elenco formado com invulgar sacrifício por sua diretoria. Agora, por mais que me expliquem, não entendo por que desistir de encarar a fatídica Chapecoense com uma equipe um pouquinho melhor. Hellmann sabe o que dizem seus fisicultores, quais jogadores podem estourar pelo excesso de jogos. Mas entendo, sim, que foi uma demasia sacrificar desse jeito sua estreia no Brasileiro e os três pontos que perdeu.
Pitacos
*** Cebolinha é craque? Que o digam os europeus, que provavelmente irão levá-lo nos próximos meses. Vale ouro.
*** Kannemann também vai? Perda quase irreparável, menor se vier Gil. Jogava muito, foi da seleção, mas o longo tempo na China… Sei não.
*** Brasil, jogando em Pelotas, perdeu na estreia para o Bragantino, que recebeu aporte de R$ 40 milhões da Red Bull. A cifra é irreal para a série B, os planos não são modestos: subir já neste ano. E vai.
*** Contra o Santos, Renato usou tudo o que tinha. Perdeu com justiça, deixou esperança de boa campanha.
*** Com três valiosas competições em disputa, será decisivo para a dupla acertar ao usar e saber quando poupar seus principais jogadores. Não é tarefa fácil – nem se presta a adivinhação.