Boas dicas da capital do vinho
Nossas viagens de férias não se limitaram a duas semanas na Flórida. Afora o sossegado cotidiano porto-alegrense, com o clube inteiro à disposição, bons espetáculos de teatro, restaurantes com mesas disponíveis em todos os horários e o trânsito parecendo domesticado, achamos tempo para algumas escapadelas – no contrafluxo do nosso conturbado litoral, é claro.
Em Bento Gonçalves, por exemplo, nunca estive que não fosse em torno de vinhos. Em pleno janeiro, fomos. Encontramos a cidade tranquila, conhecemos bons restaurantes e – já era tempo – os Caminhos de Pedra. Esta era uma área pouco conhecida, até ser batizada e unir os moradores da região em um objetivo: turismo. Sinalização padronizada, venda direta de produtos – de queijos a preciosos moranguinhos e suculentas ameixas.
indicada na placa, reencontrei algo que costumava comprar em Porto Alegre, no Armazém 196: salame de carnes puras de porco e javali, quase nada de gordura. De quebra, no mesmo local, tirolesa e outros desafiadores brinquedos. Dá para passar a tarde inteira na região.
Antes, tivemos um agradável almoço com amigos no M. Crippa, onde o dono é o chef e sua filha, uma simpática presença no salão. Não dispense o GPS, quem é de fora precisa. Em meio a um lindo e verdejante terreno, um casarão antigo abriga o restaurante, em que paredes e balcões parecem expor a história de várias gerações. A decoração, simples, resta imensamente valorizada por imagens, utensílios e antiguidades, um charme. Parte da cozinha é visível desde o salão.
O menu atende a todos os paladares, mas há uma inescapável especialização: lindos exemplares de filés, quase sempre escoltados por um risoto – a variedade deles passa de 20 – e tentadores ninhos de batata palha, custando na base de R$ 56,00. Como esse da foto acima – o Breton –, executado com perfeição, ao molho de tomate seco, vinho branco e risoto de alho-poró. Tem até filé Chateaubriand, em dimensões e ponto autênticos, mais algumas massas e saladas. Rua Francisco Ferrari, 656, Caminhos de Pedra, tel. (54) 98118-3398. Jantar de quintas-feiras a sábados, almoços aos sábados e domingos até 15h.
Noite de sábado, como nosso Pedro insistisse em comer churrasco, lembrei da Ipiranga. Acontece que a tradicional churrascaria só abre para almoços! Acabamos recompensados no simpático Caldeira, que leva essa adjetivação muito por conta de seu proprietário. Ele recebe as pessoas, se necessário orienta sobre as opções do menu, e dirigiu uma frase à nossa mesa que resumiu sua filosofia: “Aqui criança escolhe o acompanhamento que quiser!” E assim foi.
Quanto a nós, entre carnes, massas e risotos, arriscamos o filé de congro que está na foto
acima, com molho de camarões. Cozinha eficiente, fartura para duas pessoas – o que, aliás, parece ser norma da casa – preços justos. Só lamentei não provar o ossobuco com polenta, que vi desfilar, deslumbrante, para várias mesas. Fica para a próxima. O Caldeira fica na Travessa Antônio Ducati 138, Cidade Alta. Chegue cedo ou faça reserva: (54) 3701-0272, de terças-feiras a sábados, das 19h30min às 23h.