A capital gastronômica do continente, parte 2
Estávamos em São Paulo, dispostos a explorar a pé os arredores do Itaim Bibi, onde nos hospedamos. A sete minutos de caminhada desde o hotel está o Parque do Povo, do tamanho do nosso Parcão, cercado como costumam ser todos os parques da cidade, bem frequentado e policiado, um oásis de silêncio e paz, rodeado por magníficos prédios – lembra um pequenino Central Park. A um quarteirão, a Faria Lima, a poucos mais a Juscelino, largas avenidas repletas de prédios corporativos, com um shopping Iguatemi em cada uma.
A praça de alimentação do Iguatemi Faria Lima oferece boa variedade de opções, o que é oportuno a quem viaja com criança. O Iguatemi JK é o top, com pelo menos três bons restaurantes – um da rede Almanara, outro da Ráscal e o premiado Varanda Grill, conhecido por servir diferenciados cortes brasileiros, argentinos e os americanos ribeye, T-bone (R$ 168,00) e outros.
Fora dos shoppings, as opções são muitas e bem diversificadas. Uma visita inevitável é ao Eataly, italianíssimo desde as prateleiras com milhares de produtos importados até os setores de peixaria, açougue, padaria e, claro, os restaurantes, vários, todos com mesas visíveis a quem transita pelos dois andares do prédio. Há quem passe lá apenas para comprar alimentos, outros almoçam ou jantam em ambientes integrados, cozinhas abertas e absoluta informalidade. As cartas de vinhos, logicamente com preponderância de italianos, atendem a todos os gostos.
Era meia-tarde quando nos decidimos pela Trattoria do térreo, que opera diariamente e, de sextas-feiras – como era o caso – a domingos, vai direto das 12h às 23h. Uma breve espera e já estávamos à mesa, degustando grossas fatias de pão rústico e examinando o menu: quatro antepastos, um risoto, quatro massas, cinco principais e alguns acompanhamentos extras. Foi difícil resistir ao lombo de bacalhau à Vicenza (R$ 68,00), mas optamos pelo seguinte: um prato kids – spaghetti ao molho de tomate, R$ 38,00 –, elogiados raviólis de ricota e espinafre ao molho de manteiga, limão e pistache (R$ 46,00 – foto),
Para o colunista, uma consagração: ossobuco alla milanese (R$ 58,00 – foto abaixo), longamente cozido no molho da própria carne, temperado com clássica gremolata de salsinha, limão, azeite, pimenta dedo de moça, tomilho e alecrim.
Inesquecível! Ainda fiz guarnecer por preciosa polenta cremosa com Pecorino (R$ 18,00). A conta, com os 10% e mineral, ficou em R$ 230,52. O Eataly fica na Av. Juscelino Kubitschek,1489.
Também acessível a pé – cinco minutos desde nosso hotel – tivemos um almoço dominical no Ráscal do Itaim Bibi (Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, 831). É um bufê, sim, mas de ótimo nível, salão amplo, cozinhas inteiramente à vista do cliente, desde a preparação das massas, que depois serão servidas em uma ilha exclusiva delas, até as atraentes mesas de entradas frias e pratos quentes.
Ceviche de salmão, bruschetta, atum grelhado com gergelim, lasanha de massa verde recheada com cogumelos, arroz na tinta de lula com tentáculos de polvo e camarões, cebolas grelhadas, berinjela recheada (foto abaixo)
e conservas variadas estiveram entre nossas escolhas. Na ilha de massas, cinco variedades cozidas na hora, vários molhos e opções de carne – chuleta de porco e este polpetone que aparece na foto abaixo, impecável na execução e no ponto de fritura, escoltado pelos raviólis da casa e uma porção de fetuccinne ao molho de espinafre – foi meu prato.
Aos fins de semana o restaurante emenda almoço e jantar, ao preço de R$ 89,00 por pessoa, com direito a servir-se à vontade. A conta, com mineral e três sobremesas, mais a gorjeta sugerida de 13%, ficou em R$ 300,35. Vale.
Como de hábito, o colunista viajou a convite de si mesmo.