Ou jogo de superação, ou decepção
Grande parte do Rio Grande estará torcendo, outra apenas secando, ambas com o mesmo ardor. Assim são os gaúchos, ancorados na polarização e na insuperável rivalidade entre as torcidas da dupla Grenal. Logicamente um título da Libertadores faria bem ao nosso futebol. Fosse o Guarani de Bagé, por exemplo, o estado inteiro torceria a favor. Quanto ao jogo de amanhã: se o Grêmio repetir o pouco que jogou em sua arena, certamente irá perder. Se melhorar só um pouquinho, não resolve. Tem que jogar tudo o que sabe – e mais um pouco. Ou seja: superar-se.
Difícil, mas possível
Time descansado, completo à exceção de Kannemann, um treinador carismático, experiente dentro de campo e vencedor, eis o Grêmio que se apresenta para mais uma final de Libertadores. Canso de repetir que seria preferível enfrentar um grande de qualquer lugar, ao invés desse motivadíssimo Lanús. Como todo clube argentino, perigoso em qualquer circunstância; pelo que fez contra o River, em sua Fortaleza é capaz de derrubar um gigante. Aposto em um Grêmio combativo, esperto o suficiente para superar as provocações e marcar seu golzinho salvador.
Pedra cantada
Tanto o Juventude vacilou que o Brasil veio subindo, devagarinho, até ultrapassar o resfolegante time caxiense. Este começou bem a série B, mas como a última impressão é a que fica, os 5 a 2 levados do rebaixado Santa Cruz não prometem nada alvissareiro para Zago e seu elenco em 2018. Verdade que a meta inicial foi atingida e ambos permanecem na série B. Mas por tudo o quanto oscilaram, a fanática torcida xavante termina o ano bem mais satisfeita. Por outro ângulo: os três gaúchos da competição ficaram entre os dez primeiros, um deles subiu.
Vice é título?
Se alguém chega à final de um mundial, mesmo perdendo não deixa de ser uma conquista, jamais um título. Agora, ser o segundo na série B… Fosse algum Boa Esporte da vida, teria festa, claro. Mas foi o grande Inter, com estádio, patrimônio, torcida, tradição e elenco muito superiores aos do América-MG, legítimo campeão. O anúncio do técnico Odair Hellmann para 2018 desviou a atenção, mas até o mais pessimista colorado contava com a volta à série B sem ter ninguém à sua frente. Já o novo treinador, sabe: achou um lugar vazio e terá poucos meses para mostrar serviço.
Adicionais, adeus!
Domingo o atacante Tiago Real, do Coritiba, deu um soco na bola e o gaúcho Daronco – influenciado pelo árbitro adicional – apitou pênalti do zagueiro do São Paulo que estava no lance! Normalmente aquelas figuras equivalem a postes cravados na linha de fundo: acontecem as maiores barbaridades à sua frente e eles nada fazem. Pior quando, consultados, cometem atrocidades como essa, que resultou em gol. Lembro que Jô foi execrado em um lance que a trave escondia – faltou fair play, urravam. De Tiago Real ninguém falou nada – e não foi bola no braço foi um soco nela!