Entre tanta euforia, um pouco de cautela e realidade
Sobra animação entre os enólogos e produtores pela safra que está sendo colhida no Rio Grande neste ano de 2011. Da Serra Gaúcha (na foto, um vinhedo em Flores da Cunha) à Fronteira-Oeste se comemoram os números obtidos até agora, os que ainda serão alcançados e, sobretudo, a qualidade das uvas que estão chegando às cantinas. Pequenas, médias e grandes vinícolas prenunciam que teremos vinhos excepcionais.
Não para agora. Afora uma ou outra variedade capaz de gerar vinhos precoces – a Gamay, por exemplo –, o consumidor terá de esperar até 2012 para ter uma clara ideia do potencial da safra que tanto entusiasmo desperta. E precisará ter presente que nem tudo que reluz é ouro, nem tudo o que se elaborar com essas uvas resultará em um grande vinho.
Enquanto na caixa postal do colunista chegam a cada momento mensagens sobre o andamento da colheita de tais e tais produtores, há quem se prepare para oferecer o que tem de melhor: Adolfo Lona informa que está pronto seu apreciado espumante Nature, que ele tão cuidadosamente elabora em Garibaldi. Vencido o ciclo obrigatório de um ano e meio desde o tirage, feito em setembro de 2009, um lote de 4,6 mil garrafas será comercializado, ao longo dos próximos 12 meses.
“É um champenoise diferenciado, está perfeito, muito harmônico, elegante e convidativo”, define Lona. “Fico muito orgulhoso porque sua qualidade corresponde à expectativa dos apreciadores de nossos produtos”, conclui.
A vinícola, que produz artesanalmente seus espumantes, também comemora um aumento de 22% em 2010 nas vendas dos Brut Rosé e Brut Branco, elaborados pelo método charmat. Já nos que adotam o método tradicional, não há pressa de aumentar tanto: “Preferimos manter nossa política de crescimento moderado, devido ao longo ciclo de produção”, explica Lona. “Não há forma de obtermos qualidade superior elaborando grandes volumes – qualidade e volume são variáveis que correm em sentido contrário”, conclui.