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Antônio Soares de Souza / Mestre-cervejeiro na Das Bier

Antônio Soares de Souza / Mestre-cervejeiro na Das Bier

  1. Por que um pernambucano vem de Recife para fazer cerveja em Santa Catarina?

Gaspar, no Vale do Itajaí, é um município rico por suas características européias, de colonização germânica. O pessoal da Das Bier pretendia criar aqui uma cervejaria artesanal, voltada a produzir chope premium e há três anos eu aceitei o desafio. A única dificuldade, além da diferença dos sotaques, é pronunciar os nomes de certas ruas – têm consoantes demais. Agora que vim, quero permanecer. E provar que a Das Bier está entre as melhores do Brasil.

2.  Qual sua experiência anterior?

Dos meus 53 anos, 28 dediquei a essa profissão, sendo 17 em uma grande indústria do setor, onde passei por todas as etapas de produção. Meu trabalho consiste em assinar fórmulas de tipos diferentes de chope ou cerveja, selecionar a matéria-prima – como a cevada e o lúpulo – e acompanhar passo a passo o processo de fabricação da bebida. Minha responsabilidade é enorme, precisamos garantir qualidade acima de tudo.

3. Cervejarias artesanais têm espaço para crescer no Brasil?

Muito. Com o aumento da renda dos brasileiros a tendência é de que o consumo aumente. As empresas estão expandindo a produção e regionalmente surgem fabricantes de pequeno e médio porte. Há uma demanda por profissionais da área que o mercado ainda não consegue atender, porque apenas em Vassouras, no Rio de Janeiro, há um curso técnico, mantido pelo Senai. Uma realidade bem diferente de países como Alemanha, Espanha, Bélgica e Estados Unidos.

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