Paola Falabretti – Vinícola Camigliano
Enóloga, também formada em economia e marketing pela Universidade de Milão, há 15 anos trabalha na Vinícola Camigliano, da qual atualmente é diretora-comercial. Ela jamais provou vinhos brasileiros – “Estive aqui poucas vezes, prometo provar” –, mas situa o Brasil entre os cinco principais importadores de seus vinhos.
Encravada na região da Toscana, em uma valorizada área de 530 hectares, a Camigliano produz aproximadamente 350 mil garrafas por ano. Dessas, cerca de 170 mil são do famoso Brunello di Montalcino, que chega ao Brasil pela Importadora Porto a Porto, ao preço de R$ 180,00. O vinho de entrada é o Rosso di Montalcino DOC Tinto (R$ 80,00); o top da vinícola é o Brunello Riserva Gualto (R$ 240,00).
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- Como elaborar um vinho diferenciado, entre tantos produtores de uma região mundialmente conhecida?
A Montalcino faz parte da história dessa região. Os fundadores da vinícola foram os primeiros a chegar, em 1957, então puderam escolher o melhor local para cultivar as uvas. Atualmente não há mais espaço para expansão: há 15 anos eram 50 cantinas no vale, hoje são quase 220. O segredo de nossos vinhos está justamente na história da vinícola na região, considerada uma das mais férteis da Itália para o cultivo de uvas destinadas à produção de vinhos especiais.
- Que exigências um vinho precisa atender para ser rotulado como Riserva Gualto?
A principal exigência é o tempo de envelhecimento, de quase seis anos. A qualidade dos barris de carvalho também conta. Há um cuidado especial no cultivo das uvas Sangioveses, que devem ser da mais alta qualidade para elaboração do Gualto.
- Entre as safras ainda disponíveis, há uma que se destaque como a melhor?
Sim, a de 2004 foi inesquecível, é a mais recente produzida. Foi um ano de pequena produção – entre 5 mil e 10 mil garrafas –, mas alcançou alta qualidade. Em toda a história da Camigliano, a melhor safra foi a de 1990.