No inverno da Flórida
Há quem me pergunte por que, desde que nasceu nosso Pedro, todos os anos temos passado duas semanas na Flórida. Por causa da Disney, de algum dos outros parques? Pela boa gastronomia disponível? Porque há dezenas de brasileiros famosos vivendo neste aprazível estado americano?
Não, nada disso. É porque aqui as coisas funcionam. O trânsito tem horários críticos, mas duvido que alguém descubra uma irregularidade no asfalto ou no piso de concreto das ruas ou estradas. Há refúgios para quem precisa dobrar à esquerda em qualquer sinaleira, nada de motoqueiros ensandecidos a seu redor, ninguém é capaz de trancar uma pista para esperar carga, um passageiro – os estacionamentos são indispensáveis a qualquer negócio que se vá instalar. E cada vaga, nos shoppings ou supermercados, aceita com folga uma SUV como as que sempre alugamos.
Em Orlando, que nesta época tem a população ideal, há oito anos ficamos no mesmo condomínio, em apartamento muito amplo e confortável, com toda a infraestrutura que se pode desejar. Bem, falta sim um campinho de futebol, mas tem uma piscina para cada prédio, golfe, basquete, tênis, lagos, floresta – e paga-se um preço justo. Uma moderna e completa cozinha estimula fazer refeições em casa, a variedade de produtos no supermercado deslumbra os brasileiros de primeira viagem, especialmente os balcões de carnes e esse de pescados aí na foto – os camarões logo abaixo, que puxei em suave molho de mostarda, são um bom exemplo.
Sente-se segurança nas áreas públicas, nada de impostos escorchantes, de bebedeiras coletivas pelas ruas, ou de desrespeito flagrante às leis. Duro, a cada ano, é voltar à nossa amada Porto Alegre e à realidade que ela nos oferece… Mas ainda restam uns dias para descansar por aqui, temperaturas entre 14 e 28 graus, está bom demais.