Inter: deu a lógica
Nem se os saudosos Ballvé, Dallegrave ou Eraldo ressuscitassem haveria oposição capaz de derrubar Marcelo Medeiros da presidência colorada. Não havia como: içar o clube da série B, com o peso das dívidas herdadas da administração anterior, e levá-lo ao terceiro lugar no Brasileirão, isso é um feito admirável. Já levo na conta de heróis os dirigentes gaúchos que, milagrosamente, conseguem manter seus clubes com as portas abertas e participando de competições oficiais, com todos os ônus e os raros bônus da tarefa. O caso do Inter vai além, muito além.
Campeão, na bola
Título manchado? Ouvi isso, sim, por causa do técnico que desrespeitou uma suspensão e do apedrejamento do ônibus do Boca. Sei lá até que ponto seria justo responsabilizar um clube por atos de marginais fantasiados de torcedores, a mim pareceram adequadas as punições. Mas o River foi, indiscutivelmente, o melhor entre as dezenas de clubes desta Libertadores, incluindo os badalados Palmeiras, Flamengo e o Grêmio. Ganhou sempre na bola, como ocorreu domingo em Madrid – e muito justamente, não em seu estádio de Nuñez.
Quem pode, pode
O Grêmio está sendo perdulário ao tentar Thiago Neves? O que parece um despropósito – pagar altíssimos salários a ele e uma fortuna ao Cruzeiro – pode resultar em um jogador com poder de decidir jogos e campeonatos, coisa que faltou ao time de 2018. Aquela teoria de torná-lo um camisa dez e adiantar Luan para a desguarnecida posição de centroavante até pode funcionar, só teria que combinar com Luan, que terminou o ano devendo. A administração de Romildo Bolzan amealhou tamanhos créditos que merece confiança: deve saber o que está fazendo.
Os erros campeões
Os dez mais escancarados erros de arbitragem do Brasileirão 2018 foram escolhidos e apresentados por Leonaro Gaciba, no SporTV. O Inter aprece em três: no Beira-Rio, o gol que afundou o Vitória na zona do rebaixamento – 2 a 1; o gol na Arena Corinthians, com Damião e mais quatro impedidos; contra o Vasco, um desastre: os colorados reclamam um pênalti a seu favor, mas houve também um contra, não marcados. O Grêmio aparece no jogo contra o Santos, aquele pênalti de Geromel em Rodrygo que só o árbitro não viu. Um péssimo ano para as arbitragens.
Pitacos
*** Renato Marsiglia, que por mais de 20 anos foi um ótimo comentarista de arbitragens na Globo, pediu demissão. Saiu sem qualquer trauma ou reclamação.
*** Os gigantes Flamengo e Corinthians elegem seus presidentes com algo em torno de 3 mil votos. Um absurdo para o tamanho de suas torcidas – acima dos 30 milhões de pessoas cada.
*** O Inter permitiu votos pela internet e teve o quíntuplo de votantes em suas eleições. Mais democrático e quase infenso a clientelismo.
*** São tantas e tamanhas as especulações quanto a contratações, que nesta época prefiro comentá-las somente depois de confirmadas. Nem sempre consigo, a tentação é grande.