Páginas
Facebook
Categorias:
Adolfo Lona

Adolfo Lona

1. Quais as diferenças entre tua época na De Lantier e a atual vitivinicultura gaúcha?

Os desafios são os mesmos: lidar com as consequências na maturação das uvas,resultantes do clima chuvoso na época de pré-colheita.   Naquela época não haviacontrole sobre essa variável, nosso esforço maior era o convencimento dosfornecedores quanto à importância disso. Os agrônomos atuavam muito no campo, asuvas eram classificadas na entrada da cantina. Tivemos excelentes resultados com atecnologia, não deixávamos que ela modificasse as características dos vinhos, apenasque aperfeiçoasse procedimentos para tirar o máximo potencial das uvas. Posteriormente chegaram algumaspráticas que condeno, tais como uso de maravalha de carvalho (chips), osmoses inversas, evaporação da água etc.

2. A evolução dos vinhos gaúchos teve mais a ver com exigência de mercado ou tecnologia?

A tecnologia foi fundamental, mas ela teve resultado devido à melhora das uvas. O mercado evolui mais lentamente, o consumidor é progressivo, aprende, se educa e esta evolução o faz mais exigente. O produtor que acha que oconsumidor conhece pouco e bebe qualquer coisa, está condenado ao fracasso. No Brasil, as últimas décadasdemonstram isso: tivemos a fase dos rosados com açúcar, os vinhos do “tipo alemão”, a garrafa azul, os tintos comexcesso de madeira, quase adocicados. E agora o mercado aprecia vinhos mais secos, naturais, sem enfeites oumáscaras. É a evolução que não para.

3. Como criador do primeiro Brut Rosé brasileiro, qual tua avaliação sobre teus espumantes?

Tenho prazer em trabalhar com pequenas produções, elas permitem uma qualidade superior. Trabalhar em uma grande empresa me ensinou o que não deve ser feito. O Brut Rosé Adolfo Lona é nosso campeão de vendas em todo o Brasil, acertamos ao apostar nesse estilo de espumante, leve, festivo, fácil de beber e que encanta o público que impulsiona o consumo desta bebida: as mulheres. Elas estão desempenhando um papel primordial no consumo e na mudança de hábitos de seus companheiros, que ainda mantêm algum preconceito. O Orus Rosé Pas Dosé é meu maior orgulho pelo desafio que representa: desde 2008 a produção fica sempre em torno de 600 garrafas, penso que é um digno representante da potencialidade da Serra Gaúcha.

adolfo_lona_-_divulga_ao

Deixe uma resposta para % s